Celebrar Keil do Amaral

A exposição “O Palácio da Cidade de Keil do Amaral” é inaugurada no dia 3 de Abril, no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, tendo como intuito assinalar os 50 anos sobre o falecimento do arquitecto.

Imagens: Cortesia do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta

O Museu de Lisboa – Palácio Pimenta marca a data dos 50 anos após o falecimento de Francisco Caetano Keil Coelho do Amaral (1910-1975) dedicando ao arquitecto a exposição temporária “O Palácio da Cidade de Keil do Amaral, que inaugura dia 3 de Abril, pelas 18h00 e se manterá, na Sala dos Fundos, até ao dia 11 de Janeiro de 2026.

Parque Eduardo VII. Perspectiva Topo norte. © Arquivo Municipal de Lisboa

O percurso do arquitecto Francisco Keil do Amaral começa a ganhar relevo em 1937 quando o seu projecto vence o concurso para o Pavilhão Português na Feira Internacional de Paris. O seu caminho enquanto cidadão e profissional é marcado por contestação a Estado Novo, quer nas exposições gerais de artes plásticas, o Sindicato Nacional dos Arquitectos e o grupo designado Iniciativas Culturais Arte e Técnica (ICAT). No ICAT destaca-se ao lado de José Huertas Lobo num projecto que culminaria na publicação do livro Arquitectura Popular em Portugal, iniciado em 1947 mas que só em 1955 o Sindicato Nacional dos Arquitectos conseguiria obter o apoio financeiro do governo. Uma edição muito estimada que tem merecido ao longo dos anos reedições.
Não obstante as conhecidas divergências com o regime Salazarista, Francisco Keil do Amaral dá um passo decisivo no seu percurso profissional ao integrar uma equipa de arquitectos na Câmara Municipal de Lisboa, na altura sob a presidência do engenheiro e estadista Duarte Pacheco. É neste período da sua carreira profissional que Keil do Amaral faz parte do projecto de vários espaços verdes para Lisboa no qual se incluem o Parque Floresta de Monsanto, o Campo Grande e o Parque Eduardo VII.

Perspectiva da Maqueta © Arquivo Municipal de Lisboa

Keil do Amaral esteve ao serviço de Lisboa, como arquitecto municipal, entre 1938 e 1947, e após esse período levou a seu cargo toda uma série de projectos que deixaram marcas no quotidiano da cidade, como por exemplo estações do Metropolitano de Lisboa ou a primeira versão do aeroporto.
No comunicado de imprensa da exposição “O Palácio da Cidade de Keil do Amaral” é salientando que os projectos ligados à idealização do Palácio da Cidade e à criação de um museu para a cidade de Lisboa são projectos, da sua autoria, menos conhecidos. Durante um percurso de 27 anos desenhou, em nome individual e em parceria, quatro propostas para uma construção monumental, no topo do Parque Eduardo VII, com a inclusão de sala para concertos, auditório, biblioteca, áreas de exposições temporárias, Museu da Criança e Museu da Cidade de Lisboa.
É no início da década de 70 que a autarquia encomenda a Keil do Amaral a adaptação do Palácio Pimenta a Museu da Cidade. Todavia, o seu projecto para ampliação do palácio e de definição de novo programa jamais foi concretizado.

O comunicado de imprensa informa que “com recurso a peças do Museu de Lisboa. do Arquivo Municipal de Lisboa e do Gabinete de Estudos Olissiponenses, esta exposição, assente em esboços, desenhos, plantas e recortes de imprensa, fotografias e maquetas, destaca a constante relação que existiu entre diferentes arquitectos e os projectos, também nunca concretizados, para o prolongamento da Avenida da Liberdade e para o Palácio da Justiça.

Pormenor do interior do Palácio da Cidade © Arquivo Municipal de Lisboa

Mais informação em https://museudelisboa.pt/pt/events/16990-exposicao-palacio-cidade-keil-amaral/