A 23.ª edição da Monstra – Festival de Animação de Lisboa, vai decorrer entre os dias 7 e 17 de Março de 2024, sendo a Irlanda o país convidado.

Imagens e fotografias: Cortesia de Monstra – Festival de Animação de Lisboa
Imagem de abertura relativa à longa-metragem “Mataram o Pianista”, dos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal

Sob o tema “Liberdade de Expressão”, compreendido no ano em que se comemora o cinquentenário do 25 de Abril de 1974, o festival reúne uma selecção de cinema de animação de todo o Mundo. Nesta vigésima terceira edição a Irlanda é o país convidado. Para Fernando Galrito, director artístico do festival, a escolha da Irlanda reside no facto, entre outros, de ser “um país criativo, combativo e inovador.” A escolha, salientam os promotores, é também uma forma de prestar homenagem a um lugar e suas gentes que têm sido, dentro do contexto europeu, responsáveis pelo crescimento da produção de cinema animado em todo o mundo. O realizador, produtor e argumentista irlandês Tomm Moore, co-fundador do Cartoon Saloon, tem a autoria dos cartazes de Monstra e de Monstrinha, marcará presença e terá sobre a sua obra uma retrospectiva mais extensa. Do trabalho de Tomm Moore serão projectadas, para além das curtas, as primeiras longas-metragens do Cartoon Saloon: “Brendan e o Mundo Secreto de Kells”, “A Canção do Mar”, “Wolfwalkers” e “A Ganha-Pão”. Sobre a representação irlandesa os promotores salientam ainda a homenagem ao realizador Aidan Hickey, uma retrospectiva a Don Bluth e dois momentos destinados a Teruaki “Jimmy” Murakami, o cineasta americano que criou em Dublin, em 1971, o estúdio Quarteru Films. A complementar a produção do país convidado, o programa inclui também trabalhos de estúdios contemporâneos irlandeses dos quais se destacam o Brown Bag Films e o Boulder Media.

O festival deste ano apresentará perto de 400 filmes, com 27 estreias mundiais, 24 estrangeiras e 143 nacionais. O Cinema São Jorge será o ponto central e a rede de projecções será estendida à Cinemateca – Museu do Cinema, na Cinemateca Júnior, o Cinema City Alvalade e o Cinema Fernando Lopes.
A edição deste ano traz o regresso de Monstrinha, com sessões de cinema direccionadas ao público infantil e às famílias. Realce para a estreia de dois episódios da série animada “O Diário de Alice”, de Diogo Viegas, o resultado de uma parceria de Monstra, com a Sardinha em Lata e a Rádio Televisão Portuguesa – RTP. Para além do Cinema São Jorge, o comunicado de imprensa salienta que os programas Monstrinha Baby e Monstrinha Pais e Filhos ocuparão os dois fins-de-semana do festival no Museu de Etnologia, em Lisboa, o Centro de Artes de Sines, a Casa da Música de Óbidos, o Auditório Fernando Lopes -Graça, em Almada, e o m|i|mo – museu da imagem em movimento, em Leiria. Para o universo de escolas do país, Monstrinha Vai à Escola, de 5 a 23 de Fevereiro, e Monstrinha Escolas, de 7 a 17 de Março, registam um total perto dos 13 mil alunos inscritos.

Em termos de competições, em longas-metragens estão sete obras, nas quais se incluem cinco estreias nacionais: a co-produção com a portuguesa Animanostra, “Mataram o Pianista”, dos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal, autores que marcarão presença em Lisboa; “Escola de Arte 1994” de Jian Liu, China; “A Concierge” de Yoshimi Itazu, Japão; “O Sonho da Sultana” de Isabel Herguera Alemanha e Espanha e “Tony, Shelly e a Luz Mágica” de Filip Pošivač, Hungria, Eslováquia e República Checa. Neste formato estão também a comédia “Galinha para Linda!” de Chiara Malta e Sébastien Laudenbach, Itália e França, filme que estreou o ano passado no Festival de Cannes e que venceu o Cristal de Annecy.
Na competição para a melhor curta-metragem os destaques vão para “O Nosso Uniforme”, da iraniana Yegane Moghaddam, e “À deriva”, do belga Levi Stoops, curta que é candidata ao Prémio do Júri do Festival de Annecy. De produção nacional há 12 curtas na corrida pelo Prémio Vasco Granja, como as dos consagrados Nuno Amorim -“Olha”-, Marta Monteiro -o premiado “Sopa Fria”- e André Ruivo -“Páscoa”-, mais as estreias mundiais de “A Menina com os Olhos Ocupados”, de André Carrilho, “A Rapariga que caminhava sobre a neve”, de Bruno Carnide, e “Estado de Alma”, de Sara Naves.
A Competição Perspectivas apresenta as ante-estreias de “Robot Dreams – Amigos Improváveis” de Pablo Berger, Espanha e França, e “Gigantes de la Mancha” de Gonzalo Gutierrez ‘G.G.’, Argentina, Bélgica e Alemanha.
No segmento do festival dedicado às crianças e famílias, Monstrinha, estão “O Ganso” de Jan Mika, França, “Nadar com Asas” de Daphna Awadish Golan, Países Baixos e “O Conto da Raposa”, De Alexandra Allen, Portugal.

A celebração do quinquagésimo aniversário do 25 de Abril de 1974 motiva a estreia de “A Revolução”, filme que resulta de um trabalho colectivo efectuado por alunos de escolas de todo o mundo, que manifesta como reflectem sobre uma revolução democrática nos nossos dias. Acresce à comemoração o Monstra Summit, num debate para o qual foram convidados os ilustradores Cristina Sampaio, André Carrilho, Nuno Saraiva e José Bandeira, e o autor Pedro Mexia, no seguimento do tema “Liberdade de Expressão”, escolhido para esta edição.

Concluímos com uma citação de Fernando Galrito que faz uma síntese da importância desde evento, expressando que ” desde 2000, a Monstra – Festival de Animação de Lisboa tem como grande objectivo celebrar a transversalidade artística, promover o encontro entre pessoas de diferentes artes e transmitir novos olhares estéticos, usando como base a linguagem mais pluridisciplinar que conhecemos: o cinema de animação.”

Mais informação em https://monstrafestival.com/pt/